Montaigne, Locke e o conteúdo educacional: algumas aproximações


O objetivo desse trabalho é relacionar as propostas de Montaigne e de Locke para os conteúdos educacionais. Embora tenham vivido em realidades geográficas distintas, ambos os filósofos acompanharam um período de intensa transformação social e cultural, onde a herança medieval orientava as práticas educativas. Tendo este elemento como ponto-de-partida, Montaigne e Locke produzem não apenas uma crítica, mas principalmente indicam ideias que valorizam o ideal cientificista ascendente. Assim, para a formação das crianças, a valorização do ensino das ciências naturais e das letras, a atenção com o corpo e a preocupação com os valores tornam-se elementos prioritários.
Para elucidarmos nossa argumentação, dividiremos o trabalho em três partes: primeiro, iremos expor o que pensa o autor dos Ensaios sobre o conteúdo educacional; em seguida, explanaremos a contribuição do filósofo inglês; por fim, analisaremos os pontos de divergências e/ou convergências existentes entre ambos. Por ser um trabalho teórico, adotaremos como procedimento metodológico a análise de conteúdo a partir de referencial bibliográfico selecionado. As fontes primárias de nossa pesquisa são as seguintes obras: os ensaios intitulados Pedantismo e Da educação das crianças, de autoria de Montaigne, e o Alguns pensamentos sobre a educação, de John Locke, e como secundárias, textos dos próprios filósofos e/ou de comentadores que julgamos pertinentes para o nosso propósito.
Christian Lindberg Lopes do Nascimento (UFS)